quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Epílogo

Acordei a pensar que faziam hoje quatro anos que aqui chegámos. Entretanto fui ver e já não tenho a certeza. Acho que foi ontem. Também, diga-se, não ligo nada a aniversários. Seja como for, parece-me o momento certo para "fechar o círculo", dizer pela enésima vez que a nossa aventura acabou e... encerrar o blog. 

O blog nasceu de uma necessidade/vontade de registar a aventura que ia ser trabalhar no estrangeiro, com todas as mudanças que isso envolvia, e de ao mesmo tempo manter um ponto de contacto com aqueles que quisessem saber como estávamos e o que andávamos a fazer. Ficará para sempre online para quem quiser saber como estes dois aqui chegaram, se adaptaram e foram vivendo os primeiros quatro anos desta aventura, que era suposto durar apenas dois.

Pessoalmente e em jeito de conclusão, é muito bom olhar para trás e relembrar algumas das coisas que nos aconteceram e tudo que fomos capazes de aguentar. Estamos num momento pessoal e profissional muito bom, não nego, mas desunhámo-nos para chegar aqui, viémos quando poucos queriam vir, aceitámos ir para onde poucos queriam ir, ultrapassámos uma data de situações adversas e ainda hoje pagamos o preço de uma distância que ninguém apaga e de quatro anos que ninguém nos devolve. 

Foram quatro anos inesquecíveis de vida. Tiveram de tudo. Desde chegar a Gloucester e não ter ninguém à espera, aos tempos dos sacos de plástico do lado de fora da janela do quarto de hotel (porque não tinhamos frigorífico). Desde o primeiro almoço sentado numa rotunda, ao quarto que tinha um cano que nos acordava. À equipinha da Sunday League que não fazia dois passes seguidos e que agora parece o Barcelona da cidade. Ao treino na Lloyds, aos tempos de Relief, a Coronation Square, a Longlevens, à chegada ao Tesco, à subida no Tesco, aos novos projectos. Desde a primeira ida a Portugal em que parecia que tudo estava a fazer para que nós não chegássemos (a neve no aeroporto, o último comboio rápido que tinha partido, as obras na estação,...) até às idas regulares nos últimos anos.

Tem tido os seus momentos, sim senhor. Mas ultimamente, tirando uns devaneios de basófia e os registos das nossas férias e passeatas, simplesmente já não há muito para dizer. O blog arrastava-se e ele não merece isso. É melhor sair de cena quando ainda se tem alguma dignidade do que arrastarmo-nos sem noção de que o nosso tempo acabou. 

Não levem a mal. Não fiquem tristes. Ninguém morreu. A Vanessa, que há quatro anos disse que ia escrever de vez em quando, em 341 posts contribuiu com zero e já nao olha para isto desde 2010. E eu, além de já não ter muito para dizer, continuo a estar disponível para quem realmente quiser saber de mim, à distância de um telefonema, de um whatsapp, de um telegrama (Ainda se escrevem telegramas? Deixo a pergunta...) ou de um email. Quem não quiser saber de mim mas tiver alguma coisa em que ache que precisa de mim, chute uma mensagem no Facebook ou no LinkedIn que eu, quando tiver tempo, atendo-os com toda a certeza.

Quanto ao Futuro, ele estará cheio de peripécias, certamente. Quer a nível pessoal - já faltou mais -, quer a nível profissional - tem corrido bem o trabalho com as under 720 pharmacies, de tal forma que parece que me querem propor qualquer coisa na próxima semana. Eu vou ouvi-los... -, quer pelo simples facto de que eu sou uma figureta que, inevitavelmente, esbarra sempre em grandes histórias. Mas isso já foge daquilo que era o âmbito deste blog. Ficarão guardadas para as grandes jantaradas que a vida ainda me reserva connvosco, família e amigos, que por aqui foram passando.

Um grande abraço a todos vós, tolinhos que nos foram seguindo, e Obrigado por nos terem aturado. Vemo-nos por aí.


Esta foi a aventura.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A melhor camisola da Sunday League


O clube este ano arranjou patrocinador e renovou o equipamento. Temos somente a melhor camisola da liga toda: grande material, elática, leve, cores fortes... A julgar pelo equipamento somos claros candidatos a limpar aquilo.

Fruto de dois ou três excelentes reforços, até ver, os resultados têm sido concordantes com a qualidade do equipamento.

domingo, 11 de agosto de 2013

Novo projecto

Ora, como disse, o chefe tem insistido para eu aceitar novos desafios e durante as férias que tive, em Junho (não publicitei aqui mas estive de férias em Junho), ele convidou-me para o ajudar num projecto que arrancou este mês. Algumas farmácias do Tesco não atingem os 720 itens por semana e, assim sendo, não são rentáveis. Em palavras muito simples: dão prejuízo e isso é inaceitável. Como tal precisam de apoio e precisam de um programa rigoroso que lhes permita ultrapassar a barreira dos 720/semana para entrarem no lucro.

Ora o meu chefe e os restantes Area Managers têm 35-40 farmácias para gerir cada um e, em cada uma delas, 15-20 parâmetros com que se preocupar. Visto que estas farmácias abaixo dos 720/semana necessitam de um apoio directo muito próximo e apenas voltado para um parâmetro que lhes está a afectar a rentabilidade, cada AM procurou encontrar um Pharmacy Manager que assumisse este projecto e criasse este apoio. E é aí que o tuga entra.

Enquanto estive de férias, em Julho, houve um workshop sobre este projecto. Como estava de férias, não fui e esta terça-feira tive de ir até perto de Londres para passar o dia a falar com o gestor central do mesmo: o Sanjay, um homem que trabalha no Head Office do Tesco e que é pago a peso de ouro "apenas" para gerar ideias e criar programas que criem rentabilidade no negócio. Confesso que fiquei impressionado com o tipo: um indiano, baixito, de 49 anos, muito experiente, com os truques todos da cartilha e que eu sei que estava a avaliar todos os meus comportamentos desde que coloquei um pé na sala. 

Explicou-me o que pretendia e, embora o desafio seja grande, eu estou com uma "pica" do caneco para começar com a coisa. Porque é muito à minha medida. Vou ter liberdade de acção para gerir muita coisa. Só tenho é de apresentar resultados e ajudar as minhas farmácias a crescer. Vou passar a sair um dia por semana da minha farmácia e a fazer hora e meia/duas horas de carro rumo a Sul, onde vou observar, avaliar, ajudar, dar suporte e lançar ideias nas farmácias e, principalmente, criar relações com equipas novas, colegas farmacêuticos, gestores de supermercado, médicos e gestores de lares. 

Fiz a viagem de regresso já a organizar umas ideias e entretanto já tenho um dossier alinhavado e um plano para as próximas semanas. Há muita coisa para fazer e estou cheio de ideias. Não vou ganhar nem mais um cêntimo por isto mas vou fazer um trabalho muito diferente e com isso vou desenvolver imensamente os meus skills sociais, de avaliação de comportamentos e de comunicação - precisamente o que mais me impressionou no Sanjay. Vai ser uma experiência e tanto que, se correr bem - como há um ano, com a abertura de Burnham - me vai colocar na linha da frente para continuar a merecer a confiança de receber projectos destes. 

Estamos na luta.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sardenha - Julho 2013

Para intervalar um bocadinho com a bazófia, aqui fica o registo das férias de há umas semanas.

















segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Adaptado ao Tesco

Nesta altura de Verão, como planeei ter uma semana de férias em cada mês, as semanas passadas em Gloucester são quase todas de seis dias de trabalho. Como tal, o único dia de folga é aproveitado ao máximo para fazer algumas tarefas de casa e para me dedicar a uma actividade que adoro: não fazer nenhum. Não fazer nenhum envolve, em geral, chegar da Sunday League, cozinhar um bom almoço, degustá-lo a ver séries no iPad e passar a tarde toda no sofá a jogar Playstation, ver filmes ou séries. A Vanessa trabalha aos domingos. 

Tudo isto para justificar a ausência do blog e os posts que tenho no "ambiente de trabalho" à espera de vontade para serem escritos. Este, por exemplo, serve apenas para documentar um motivo de bastante orgulho: o ponto perfeito que atingimos na farmácia há umas semanas.

Cada companhia de farmácias do UK possui um forma de avaliar cada uma das suas lojas (embora, no fundo, sejam todas semelhantes e avaliem practicamente os mesmos indicadores de performance). O Tesco chama-lhe Steering Wheel e é emitida em períodos de 4-5 semanas. Tratam-se de duas roda divididas em segmentos - cada um para um indicador de performance - sendo que a roda de fora se refere à performance cumulativa anual, enquanto a roda mais interior se refere à performance do último período. Cada segmento é pintado de vermelho, amarelo ou verde consoante o falhar ou atingir do objectivo em cada indicador.

Esta é a última Steering Wheel da 3074 - Quedgeley: 


Por comparação com a Steering Wheel do meu chefe, que avalia a média das trinta e muitas farmácias que ele supervisiona:


E pergunta o perspicaz leitor, que melhor não tem para fazer que vir para aqui ler estas balelas: "Mas que ponto perfeito é esse que tem um segmento todo vermelho, no período e no acumular do ano?" - já a salivar para poder dar um banhinho de humildade a este cagarolas.

Ao que eu respondo: "Menos, perspicaz leitor! Menos! Que ninguém lhe pediu a opinião." Mas já que o tema é chamado, permita-me defender-me e dizer que aquele segmento inteiro vermelho é um erro. Aquilo devia estar verde, em conformidade com a performance da farmácia e como comprovam os dois documentos seguinte. 



Como corolário disto, tenho recebido alguma insistência do chefe para pegar noutros projectos. Mudar de farmácia já lhe disse que está fora de questão. Trabalho a cinco minutos, a pé, de casa, investi muito tempo e muito trabalho a colocar muita coisa a funcionar como queria e sei bem o que me espera em qualquer outro dos sítios para onde ele me quer enviar. 

Acumular outras funções - funções que me retirem algum tempo da minha farmácia e me coloquem a dar apoio directo a outras - já é algo que eu posso considerar e que, em breve, deverei começar a receber treino para fazer.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O churrasco

Este post já devia ter saído há duas semanas mas, na altura, havia muita coisa para fazer e foi adiado e, entretanto, estive dez dias de férias e por isso nem olhei para o blog. 

Aqui fica um pequeno registo do churrasco que preparei, para a equipa, cá em casa. Falha grave: nem uma foto tenho das pessoas, o que pode alimentar o rumor de que tudo não passou da minha imaginação. A verdade é que eu tinha dito que ia tratar de tudo sozinho e com três entradas, duas qualidades de sangria, acender o grelhador, trocar a louça, grelhar a carne, buscar a sobremesa, fazer café e levantar tudo, não sobrou muito tempo para fotos. 

Avaliação: correu muito bem. Único senão: nunca tinha sido o único responsável por um grelhador a carvão. Como tal não sabia que as brasas tinham de estar apagadas quando começasse a grelhar a carne. Só nos custou umas quantas salsichas iniciais. Depois foi sempre a andar.

  




sexta-feira, 12 de julho de 2013

A história habitual - III

Chegou então a mobília e, de facto, as cadeiras eram um espectáculo. Primeiro porque pareciam mesmo confortáveis e segundo porque já vinham montadas. Já a mesa...

A Vanessa tentou montá-la e não conseguiu porque havia um encaixe que não era possível: duas peças tinham furos 2cm ao lado do que deviam. Depois, à noite, quando chegou a casa, o "engenheiro das obras tortas" não acreditou, pensou que a Vanessa é que estava a ser totó e foi tentar com ela: nada. De facto, o encaixe não se conseguia fazer. Finalmente, de manhã, ainda não totalmente convencido, o "engenheiro" voltou a tentar sozinho e, de facto, era impossível.

Encaixe correcto

Encaixe impossível

Conclusão: toca de devolver a mobília e pedir o reembolso. E com isto tinham-se passado duas semanas de trabalho, mails, telefonemas e chatice com a agravante de que não tínhamos mobília no jardim. E pior, agora tínhamos quatro grandes caixotes a atravancar-nos a cozinha e o corredor. Parecia um aterro.

O aterro 

Chamo a atenção para a qualidade dos embrulhos. Como já tínhamos mandado para a reciclagem os invólucros originais, tive de ir sacar uns caxotes e uns plásticos ao Tesco e puxar pela imaginação. 

Destaco a forma como envolvemos o tampo da mesa e o seu vidro com um gigante cabo Ethernet que eu andava há meses para mandar fora.

Para acabar e resumindo - porque é sexta à noite e eu ainda tenho uma montanha de coisas para fazer até domingo, à tarde, hora do churrasco - escusado será dizer que os artistas voltaram a combinar um dia para recolher os caixotes e não apareceram. Foram mais não sei quantos telefonemas e desculpas esfarrapadas da parte deles até ao dia em que, finalmente, nos levaram aquela porcaria daqui para fora. 

No final, quando pensávamos que iam engonhar para devolver o dinheiro, demoraram menos de 24 horas a creditar-nos, de volta, o que tinham recebido.

sábado, 6 de julho de 2013

A história habitual - II

Começou logo tudo mal com a entrega. 

Só um aparte que serve de introdução: se há bem pelo qual eu tenho uma infindável estima esse bem chama-se tempo. Para mim, tempo vale muito mais que dinheiro. A segunda coisa que mais odeio é perder tempo, a coisa que mais odeio é que a incompetência de outros me faça perder tempo. Fico doido! É assim, para mim, no trabalho, e é assim de forma ainda pior na minha vida pessoal, onde o tempo é ainda mais valioso. Tenho para mim que desorganização e incompetência estão muito muito próximas em significado porque, lá está, ambas conduzem à perda de tempo.

A juntar a isto, como maximizo ao máximo todas as férias que tiro (fazendo trocas para que cada semana de férias se transforme, efectivamente, em 11 dias fora daqui), quando estou em Inglaterra trabalho quase todos os dias. Normalmente faria 50 horas por semana. Com estas trocas, acabam por ser semanas de seis dias de trabalho: 60 horas. O que faz com o tempo livre seja pouco e por isso tenha ainda mais valor.

Posto isto, escolhemos o setting de jardim na internet, encomendámos, pagámos e acordámos o dia da entrega. Explicámos com infindável detalhe que a entrega tinha que ser feita de manhã porque nesse dia eu ia trabalhar das 12h30m às 22h30m. Garantimos que a pessoa do outro lado percebia. Nem que tivesse um atraso mental. Chegou o dia e os gajos não apareceram. Perda de tempo. Azia.

Combinou-se outro dia. Vanessa em casa o dia todo: não apareceram. E o mal é que o pagamento já tinha sido feito, senão pedia-lhes amavelmente para colocarem as cadeiras e a mesa onde o Sol não brilha.

Mail para cá, mail para lá, arranjou-se outro dia. Eu ia estar em casa de manhã e a Vanessa chegava às 14h00m. De manhã: nada. Fui uma hora a casa, das 15h30m às 16h30m: ainda não tinham aparecido. Cheguei à farmácia, pedi ao Swaib para ficar mais cinco minutos e fui para cima deles. Liguei aos gajos da entrega:

- " Nome? "
- " Vanessa Vieira. "
- " Pois... Isso hoje já não dá, mas amanhã..."
- " Amanhã o quê?? Entrega o quê, quando? O cara***! Está a ouvir? O cara***. Ouça, ou vocês entregam essa m**** hoje ou escusam de entregar. É o terceiro dia que está alguém à vossa espera de propósito. Os dois primeiras demos de borla. Hoje se não entregarem, não entregam mais. Podem pôr esse m**** onde quiserem. E o dinheirinho é para vir todo. Tenho mails a provar a vossa incompetência. Vocês andam onde? Bristol? Então quando acabarem vêm por aí acima e deixam as coisinhas lá em casa. Senão é como lhe digo, não entrega mais. "

No fim, pedi desculpa ao pessoal da farmácia porque, embora estando lá a um canto, o tom e algum conteúdo acabaram por ser audiveis, por alguns deles.

E os gajos entregaram, de facto, passado umas horas. Mas os problemas continuaram.


Um cambuta que também valoriza bem o seu tempo e não teve tanta paciência como eu

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A história habitual - I

As coisas vão bem na farmácia e, como tal, o meu chefe continua a chatear-me para eu fazer mais qualquer coisa. Já estive mais longe de aceitar. 

Mas hoje não me apetece falar de trabalho porque cheguei de onze dias de férias* e parece que andou um gorila à solta na farmácia. Tenho para lá trabalho para fechar aquilo e ficar lá dentro, três dias, sozinho, a despachar papelada, responder a mail e organizar dossiers. E a juntar ao habitual caos que representa chegar de férias, desta vez isso calhou num final de mês, que é também mudança de trimestre e em que o Tesco decidiu lançar uma série de projectos, desde novas S.O.P.s a mudanças de planograma e o diabo a sete.

Adiante.

Há um mês, dados os bons resultados que temos tido na farmácia e porque nunca tinha convidado ninguém da equipa para vir aqui a casa, decidi preparar e oferecer um churrasco a toda a equipa. Como é que eu vou fazer isso, pergunta o perspicaz leitor que sabe que eu nasci com quatro pés? Pois, não sei. Nunca organizei um churrasco. Mas terei cerveja no frigorífico e penso que isso é meio caminho andado para o sucesso.

O que tambem ajuda ao sucesso é ter mesa e cadeiras no jardim e um grelhador. Fosse pelo churrasco, fosse porque também queremos, o que é facto é que a malta aqui de casa resolveu comprar uma mesa e umas cadeiras para o jardim. Demos uma olhadela numa série de sites e acabámos por decidir investir num conjunto todo XPTO. Cadeiras de topo. Uma qualidade do caneco. Preço: para cima de um dinheirão.

Só tem dado problemas. E novidades ?



* - Gostava de me penitenciar e de partilhar com a triste parte do mundo que não tem vida e que por isso vem aqui perder parte do seu tempo, que estive onze dias de férias - sete dos quais em Portugal - e que estive com os meus pais 1-2 horas, no máximo. Sou um canalha. As minhas desculpas à Dona Graça e ao Xôr Lage. 

domingo, 16 de junho de 2013

Concerto David Guetta e Rihanna

Isto já foi há uma semana, em Cardiff. Aqui fica o registo.



Um bom lusco-fuscozinho: concerto a começar às 18h00, às 22h30m estava acabado e à meia-noite já se estava em casa. Depois: Ipadzinho a meio gás, chá quente e cama, que no dia seguinte era para acordar às 05h30m.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Mais sobre a relva - III

Levei então as fotos anteriores, contei a história do que se tinha passado e, entre os franzir de nariz e os olhares de gozo face à minha falta de jeito, aconselharam-me a não pôr aquilo a trabalhar sem antes arranjar a coisa como deve ser.

Assim, no dia seguinte, uma senhora da minha equipa trouxe-me uma pequena peça que serve precisamente para unir fios eléctricos. Levei-a para casa (a peça... não a senhora), cortei definitivamente e mandei fora o trabalho da foto do post anterior, abri novo bocado do fio, expus os fios eléctricos de dentro dos pequenos fio azul e fio vermelho, usei a peça e o resultado, bem mais bem conseguido, foi o seguinte:



Bonzinho, não? Aliás, um trabalho de categoria. Depois disto, fechei com fita isoladora e ficou quase como novo. 

Posto isto, e com a moral restabelecida, comecei a contar a história ao meu grupo de amigos da Faculade, com quem, através do Whatsapp no telemóvel, falo quase todos os dias. E tal... que tinha tido "o azar" de cortar o fio do cortador de relva... e que a primeira solução não tinha sido muito boa... mas que agora, com o material certo tinha feito um trabalho de categoria... e que sou um cracalhão dos arranjos... provavelmente o melhor do mundo e arredores... etc. E fui enviando fotos. Inclusivamente a foto do trabalho final que é somente a pièce de résistance. Enviei então, cheio de orgulho a foto seguinte:


Ao que me respondem qualquer coisa do género: "Oh burro, mas porque é que deixaste os dois pares de buracos que não usaste, na estrutura?"

Dava para cortar!!!???? Aquela peça dava para cortar!!!??? PORRA!! Dava para ficar só com o que se usa. E eu não fui capaz de perceber isso. 

De modo que levei meia-horinha de gozo e agora tenho o primeiro corta-relvas do mundo com um mamilo no fio. Não voltei a abrir aquilo para arranjar porque achei importante manter algo que me lembre do quanto às vezes sou burro. Digamos que uma fonte de humildade para momentos de extrema basófia.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Mais sobre a relva - II

Fez uma pequenina explosão a cortar o fio, soltou umas faíscas e morreu.

Primeira coisa que fiz: olhar à volta para perceber se alguém se tinha apercebido do meco que sou. Pareceu-me que não. Segunda: levar o cortador de relva para o jardim na parte de trás para, então aí, ver o que se podia fazer. Terceira: ficar cinco minutinhos a chamar-me burro. 

"Palavra d'honra! Estava a trinta segundos de acabar! Não é possível! É preciso ser muito burro!"

Mas, enfim, estava feito e não dava para apagar. Era hora de tentar remendar a questão. Para quem nunca passou com um cortador de relva por cima do fio do mesmo (recomendo como actividade a tentar naquelas tardes em que não dá nada de jeito na televisão), o fio preto, por dentro, contém mais dois: um azul e um vermelho, que por sua vez isolam uns pequenos fios (de cobre?) que conduzem a corrente.

O que o esperto fez foi começar por cortar a parte do fio que estava esfrangalhada. Depois remover um bocado do grande revestimento preto de cada um dos dois fios que agora tinha e remover também um bocado de plástico isolante azul e vermelho de cada um dos dois fios. Finalmente, com os fios de cobre expostos, foi só unir um lado com o outro (azul com azul e vermelho com vermelho... valha-nos isso!) e fechar. Eu sei... é um procedimento um bocado técnico e poderão não estar bem a perceber... mas eu também não disse que isto era para todos. No final... o resultado foi esta coisa esperta:


Liguei, a medo, à corrente. Pus, muito a medo, a trabalhar e deu.  E funcionava bem. 

No dia seguinte, no entanto, consciente de que aquilo era um trabalho muito tosco e pouco seguro, levei as fotos para a farmácia para pedir opinião às minhas colegas. 

(continua)

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Mais sobre a relva - I

Há momentos de que não nos orgulhamos. Esta história tem vários deles.

Passou-se há cerca de dois meses e envolve novamente o cortar da relva cá de casa. Só para sossegar mentes mais inquietas, entretanto a relva já foi cortada mais três vezes (na Primavera cresce rapidamente e eu preciso do "tapete" curtinho para treinar o fora-de-jogo), sem precalços de maior.

Mas dizia eu, há dois meses, e após um Inverno em que a relva pouco cresce, foi hora de a cortar pela segunda vez desde que aqui estamos. Tirei uma tarde de domingo para essa empreitada. Cheguei da Sunday League, fiz o arrozinho para acompanhar o salmão, comi, bebi o cafézinho e segui. Cortei sem problemas a parte de trás toda. De início um bocado apreensivo mas depois com aquela confiança (que me caracteriza) a crescer. Cheguei ao fim com a moral lá em cima. "Sim, senhor. Grande trabalho."

Segui para a parte da frente da casa que, para quem não conhece, tem só dois míseros quadrado de relva. Mas bota míseros nisso. São para aí três mesas de ping-pong, de cada lado. Nota: o meu rigor em medidas S.I. é largamente conhecido e não por bons motivos (uma vez a jogar Trivial - algo em que sou o melhor e o segundo melhor jogador do mundo - disse que uma bola de futebol pesava 1 Kg), de modo que para facilitar  tendo a criar as minhas próprias medidas. Uma mesa de ping-pong... é ir ao google ver a área.

Mas dizia eu, vou para a parte da frente, faço metade em grande, vou para a outra metade, acabo, olho para trás e reparo que havia uma parte que não estava mesmo como eu queria. Voltei para essa parte, mas distraí-me com a posição do corta-relvas, passei por cima do fio do mesmo, e...


Continua (...e acreditem que isto não é a pior parte).

sábado, 11 de maio de 2013

Rei da basófia

Bem sei que prometi só fazer um auto-elogio por trimestre mas, depois do rude golpe que levei à hora e meia e depois de ainda não ter aberto a boca para ninguém (falar sozinho ou com o armário da cozinha não conta, pois não?), achei que tinha direito a dar-me moral.

Ontem foi a festa de fim de época 2012/2013 do Kendal Road F.C.. Todos os anos faz-se uma tardada ou um lanche ajantarado para celebrar o fim da época e entregar alguns prémios. Eu fiz o turno na farmácia e, quando saí, às 22h30m, fui ter com a comandita ao bar onde eles costumam passar as tardes de domingo, a seguir aos nossos jogos. Típica festinha inglesa: comida de plástico e cerveja. 

E prémio de Melhor Marcador da Equipa para o "yours truly". Prémio porreirinho, pá. Acho que nunca tinha sido Melhor Marcador de nada. E porreirinho, especialmente, porque joguei meia época lá atrás, a central, e porque falhei alguns jogos para ir a Portugal. Depois, como ainda me sobrava uma mão: Melhor Jogador da Equipa, eleito pelos jogadores (no ano passado tinha ganho o Melhor Jogador eleito pelo Treinador).

Neste momento, estamos sinceramente a considerar mudar de casa porque, prevendo que eu ainda possa jogar algumas épocas, poderá não haver espaço para tanto troféu.

Na foto: eu, o treinador e os respectivos

segunda-feira, 22 de abril de 2013

As obras do mestre

Quando comprámos a casa havia algumas coisas a fazer para a colocar como queríamos.

Para as mais difíceis (aplicar chão, pintar quartos,...) contratámos alguém. Para as mais fáceis, eu tratei da empreitada. Segue-se o resultado da maioria das coisas que me meti a fazer:

Fig.1 - Tapa-Sol que não tapa o Sol

Fig. 2 - Cabide onde não se pode pendurar nada

Fig. 3 - Buracos para prateleiras que nunca levarão prateleiras

Fig. 4 - Obra-prima do Mestre. 
Resultado de um vidro de banheira mal instalado.

Conclusão: já contratámos alguém para vir colocar cortinas novas na sala, pintar a sala com outras cores, acrescentar cortinas nos quartos e, principalmente, solucionar os problema que eu criei. É melhor assim. O homem vai fazer bem num dia o que eu ia demorar uma semana non-stop a fazer mal. Estragando pelo caminho mais não sei quantas coisas. 

É certo que vou ter que ouvir a dona da outra metade da casa a dizer que eu sou um inútil nestas coisas, mas acho que vale a pena. É um preço pequeno para ficar com isto bem feito e não ter que me chatear. Epá, não tenho gosto para a bricolage e não tenho motivação para o desenvolver. 

sábado, 13 de abril de 2013

Meatloaf


Para mim: mítico. Muito mítico!

Fomos ontem ver Meatloaf, ao vivo, em Birmingham. Já tinha estado naquela arena com meia casa para ir com a Vanessa ver Britney Spears (eu sei...). Ontem estava cheínha. Nunca pensei.

É supostamente a última tornée mundial do homem e, portanto, provavelmente uma das minhas últimas oportunidades para o ver, ao vivo. Ele já está um bocado acabado, parece sempre a meio hambúrguer de ter um ataque cardíaco, tem um joelho pior que o Mantorras, coxeia um bocado, treme de vez em quando e a voz já não é o que era. Mas ainda foi gajo para mais de duas horas e meia de concerto a rasgar.

Para quem gosta, como eu, foi grande show. Para quem conhece pouco, como a Vanessa, deu para gramar a pastilha. Mas cada vez que penso nos não-sei-quantos mil a cantar o "Bat out of hell"... Muito mítico... Muito mítico...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Blue (Da Ba Dee, Da Ba Dá)

No Tesco, todas as performances, números, orçamentos e objectivos são avaliadas sumariamente através de um sistema a que chamamos RAG. Red (para desempenhos que não atingem o objectivo), Amber (para desempenhos que falham o objectivo por pouco - geralmente por menos de 5%) e Green  (para objectivos atingidos).

Hoje foi dia de revisão anual da minha performance com o chefe. Eu levava a coisa bem preparada e tinha documentos a suportar o que lhe ia dizer. A juntar a isso o homem gosta de mim e a farmácia atingiu muita coisa este ano. Conclusão: deu-me uma avaliação Blue (que é dada quando a performance ultrapassa o atingir dos objectivos). Já esperava facilmente uma avaliação Green e, sabendo que ele vai com a minha cara e o quanto implementei na farmácia, talvez esta tal Blue. 

É justo. Razões:

- a equipa que trabalha comigo é, no geral, a melhor com que já trabalhei e isto também acaba por ser um reconhecimento do que atingimos juntos.

- o ano foi de facto muito bom para os números da farmácia, melhorámos a milhas muita coisa em comparação com o ano anterior (o tecnicamente chamado Like-for-Like), batemos inúmeros objectivos e eu implementei muitos processos que eram estranhos à equipa e que permitem aumentar lucros e/ou reduzir desperdício. Uma ressalva: melhorar o LFL não é grande avaria porque a farmácia é relativamente nova (tem dois anos e pouco), o que significa que está ainda em natural processo de crescimento.

- ao que parece fiz um bom trabalho em Burnham: os padrões que ajudei a implementar naquelas semanas iniciais e o treino que dei à nova equipa e aos farmacêuticos resultou nuns primeiros seis meses que aparentemente surpreenderam o meu chefe.

- o bom trabalho que faço enquanto responsável por um Indicador de Performance especifico (chamado NMS) em oitos das farmácias dele. É algo que requer alguma organização mas eu com duas folhas Excel que criei limpo aquilo com alguma facilidade... É um bocado minucioso e fastioso entrar em detalhe mas quem quiser pormenores eu partilho por mail.

- qualquer pergunta que ele me faça quanto à farmácia eu posso responder e apresentar um tracker ou um documento ou um mail ou um dossier a justificar a minha resposta. A capacidade de nunca me deixar apanhar "com as calças na mão" é uma medida do nível de organização com que a farmácia está. 

E agora que acabei o meu auto-elogio público do trimestre, vou ali tentar montar umas gavetas do IKEA que é para baixar a moral. Nada como ver a bela porcaria que faço cada vez que pego numa chave de parafusos, para me manter com os pés assentes na terra.

sábado, 30 de março de 2013

Veio todo


Há tardes em que tudo bate.

Ou como diria o meu primo Telmo: "É preciso é ter coragem para lá andar" (ele não diz bem coragem).

quarta-feira, 27 de março de 2013

Cirque du Soleil


Para continuar a alimentar o boato de que não fazemos nada da vida, ontem rumámos a Birmingham e, além da neve, fomos ver os rapazes do cartaz acima.

Não é um concerto. É um espectáculo de dança e ginástica. Não foi de tirar o fôlego mas teve momentos bastante bons. 

Daqui a umas semanas, um concerto que não diz nada de nada à Vanessa mas que eu gostava de ver antes do gajo dar as últimas.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Maurícias II - Praiúca

Estive agora a rever as fotos para colocar umas fotos de praia e constato que:

1 - Quase não tirei fotos: o que é bom sinal, pois significa que estive mais interessado em aproveitar do que em andar a tirar fotografias.

2 - Vai sendo hora de comprar uma máquina fotográfica porque as poucas que tirei com uma máquina fotográfica/de filmar/todo-o-terreno/faz-tudo-e-afinal-não-faz-nada estão uma bela cagada e não fazem juz aos sitíos por onde andei. 

As prais nas Maurícias são todas públicas e a maltinha podia chegar a todas através do carro que alugámos. Chegar era fácil, o regresso é que já custava mais. A conduzir de noite (estão perto do Equador, anoitece às 18h30m), por estradas aos S's, sem luz (nas Maurícias há pouquíssimas vias rápidas e só essas têm uns postes de iluminação, de vez em quando).

Mas de facto, estive em algumas das praias mais bonitas da minha vida. De entre várias onde a carripana nos levou, destaco Le Morne e Ile Aux Cerfs. Ile Aux Cerf para mim foi uma coisa astronómica. Praia fantástica mesmo, com água quente, bancos de areia branca, uma parte que parecia praia fluvial, árvores a três metros da água,... uma loucura. Pena as fotos não dizerem isso. 






Le Morne - versão Google

 Ile Aux Cerfs - versão Google