quinta-feira, 29 de março de 2012

Fora da "zona de conforto"

Quem passa os olhos pelo blog, fica com a sensação que isto por aqui é um mar de rosas. Pode ser essa a ideia que passa mas nem sempre é assim. 

Neste momento, estou naquela fase em que, várias vezes, penso: "Mas para que é que eu me meti nisto?". É normal. É, aliás, perfeitamente normal porque deixei uma "zona de conforto". Mas cada mudança implica sempre deixar de uma "zona de conforto" e passar por alguma dificuldades. Foi bastante tempo com um conjunto de processos nos quais já era experiente, locais que já me eram familiares, relações que já estavam estabelecidas... e estou a ter que começar muita coisa de novo... É como se recuasse dois anos e meio no tempo. É normal mas não dá para chegar ao "depois" sem passar pelo "durante". 

Basicamente, os conceitos legais da gestão da farmácia e o papel do farmacêutico são os mesmos. Mas depois há algumas ferramentas operacionais diferentes (que ainda tenho de dominar); há um conceito novo (para mim), de farmácia como parte integrante de uma estrutura enorme (o hipermercado), há um foco muitíssimo maior nas minhas funções de gestor e uma obrigatoriedade de começar a contruir relações com todos os outros gestores que trabalham no hipermercado (e ainda são alguns). Ah... e acordar às 5h30m, para começar a trabalhar às 6h30m, também é uma realidade nova para mim.

Daqui a uns dia faço uma primeira comparação entre as minhas funções na realidade Lloyds e na realidade Tesco.

P.S. - Este post não é um "choradinho"... para isso já basta o Jesus. Não me venham com "Ah e tal, força." ou "Olha e tal, vais conseguir.". Não preciso que me digam o que eu já sei.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Primeiro dia


"Olá, eu sou o André e quero ir a Portugal daqui a dez dias."

Não foi assim, mas quase.

Um hipermercado é uma "empreitada" enorme, onde trabalham dezenas de pessoas, atarefadas num sem número de coisas, e com muitos procedimentos que desconhecia. Passei o dia inserido num grupo, com outras dez pessoas que começavam também hoje a trabalhar para o Tesco, a fazer coisas chatas de primeiro dia: normas, segurança, procedimentos de emergência, prevenção de incêncios, prevenção de pestes, "good costumer service", papeladas, etc. Até prateleiras andei a arrumar durante meia hora (o grupo era quase todo composto por pessoal que vai trabalhar no supermercado... eu limitei-me a fazer o que os outros fizeram... não me vai servir de nada para o meu trabalho mas também não me cairam as mãos).

Na farmácia, passei menos de uma hora. Basicamente foi só o tempo de conhecer parte da equipa e mexer uns cordelinhos para soltar um dia que me estava a matar o fim-de-semana da Páscoa. Troca daqui, ajeita de acolá e vou à despedida de solteiro do meu amigo César, de sexta a oito dias. Amanhã e até quinta, vou para perto de Birmingham para três dias de treino sobre a farmácia no Tesco e, então, sexta-feira (e, depois das trocas, também sábado) já trabalho em Quedgeley.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Cimeira do Funchal

Correu bem a Cimeira do Funchal: as gentes de Coimbra gostaram da Madeira e deram-se bem com as gentes da ilha. À velocidade com que uns e outros começaram a falar, aquilo nem houve gelo para quebrar. E a família da Vanessa foi grande anfitriã. 

Parece, portanto, que há benção para continuarmos.

Por falar em continuar, e visto que tive um dia de folga antes da ida e dois agora no regresso (uma eternidade), esse tempo foi canalizado para investir num novo projecto. Para já não se pode adiantar nada porque estamos ainda na chamada "Fase de Estudo/Planificação" e, como se sabe, a maioria dos projectos morre nesta fase. 

P.S. - Neste, como em quase todos os projectos que temos tido, funcionamos como um carro. Eu sou o acelerador, a Vanessa o travão. Sem acelerador, nenhum carro anda. Mas sem travões, a viagem também se torna perigosa demais, para não dizer impossível. Indicarei novidades caso estas se concretizem. 

sexta-feira, 16 de março de 2012

Interlúdio para compromissos familiares

Entre acabar na Lloyds e começar no Tesco, a maltinha vai a casa por uns dias. Comparado com o que nos espera, começar um emprego novo é "peanuts".

Amanhã, vamo-nos meter num avião, aterrar na Madeira e apresentar os pais Lage à família Vieira. Pode soar um pouco a precipitação mas, como diria um amigo meu, depois de três Mundiais e quase três Europeus, se calhar já vai sendo hora.

domingo, 11 de março de 2012

O meu fim na Lloyds

E inicia-se amanhã a minha última semana na Lloyds.

Na última sexta, fez-se uma espécie de jantarinho de despedida com a equipa, beberam-se uns copos, contaram-se umas histórias e rimo-nos um bocadinho. Elas sempre gostaram quando eu trazia história nova  mas, na sexta, como o ambiente era de descontração, abri ainda mais o livro. Contei-lhes sobre os dias no hotel em que nem frigorífico tínhamos e deixávamos iogurtes na janela para não se estragarem, contei-lhes sobre o primeiro almoço com vista para uma rotunda, contei-lhes a história do cano cá de casa, contei-lhes a história dos pneus... enfim estivémos ali um bom bocado.

Quanto à Lloyds (empresa) é como já disse: ajudou-me muito. Deu-me grandes oportunidades, fez-me crescer como farmacêutico e como manager no UK e por isso estou-lhe agradecido. Também acho que não terá razões de queixa de mim: não faltei um dia, não tive problemas com ninguém, trabalhei (e trabalharei até 5a feira) sempre de acordo com os interesses da empresa, fiz por merecer cada subida que me foi proporcionada e na hora da despedida fui correcto e honesto. Penso que paguei o investimento que foi feito em mim.

Acabo, quinta-feira, este ciclo de dois anos e meio.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Speed Awareness Course - UK vs Portugal

No seguimento desta multa por excesso de velocidade, e seguindo o conselho que na altura me foi dado, inscrevi-me num curso de Speed Awareness e hoje passei boa parte da folga a assitir ao mesmo. Paguei bom dinheiro (£75 ou £80, já não me lembro) mas, por um lado, fico sem a multa (£35) e, por outro, evito agravamentos nos seguros do carro, nos próximos anos.

Foi uma esfrega do caneco: quatro horas (!!) a falar sobre causas e consequências do excesso de velocidade e a tentar perceber as imensas diferenças que pequenas variações de velocidades podem criar. Mas independentemente da esfrega, o que salta à vista de todo o processo é uma tremenda diferença de mentalidade entre o UK e Portugal.

Para começar, por parte do poder político, a vontade de educar para prevenir comportamentos de risco, substituindo multas por educação da população. Depois, por parte dos cidadãos, o sentimento de respeito pela autoridade e a noção de que a Lei existe para ser cumprida e não que alguém os anda a perseguir. 

Em Portugal, as pessoas queixam-se que a Polícia anda "à caça à multa". Gente: a lei está lá e é clara! Se um gajo não cumpre e é apanhado, é justo que cumpra o castigo. E eu contra mim falo, que já vou em duas multas no UK e muitas vezes entro em incumprimento em Portugal. E que interessa se o radar está à vista, ou escondido atrás de uma árvore? Se a Lei for cumprida, o radar até pode estar a fazer o pino, que o condutor não tem de se preocupar.