terça-feira, 31 de agosto de 2010

Monelhos de cavelo


À hora de almoço, por cá, entre o empurrar de duas garfadas de comida e o ver das notícias de Portugal no telemóvel, falo sempre um bocadinho com a Vanessa. Hoje ligou-me toda aflita: tinha cabelo a sair do tubo de escape: "Ouve lá... mas tás doida... cabelo?" "Tou-te a dizer... é cabelo! Tens que lá ir tirar-me aquilo que eu tenho medo".

Às 19h30m quando cheguei a casa, lá fomos. Pelo caminho até ao carro, e depois de afastada a hipótese de ela ter atropelado alguém, só me falava em bruxarias, Freddy Krueger, Chupa-Cabra e o diabo a sete. Eu, que acredito tanto em bruxas como no Benfica campeão europeu 2011, cheguei, calcei uma luva, puxei o (que realmente tinha todo o ar de ser) cabelo e arrumei-o para uma sarjeta. Ainda fomos à net ver se mais alguém relatava algo parecido e de facto há relatos de gente a quem já aconteceu o mesmo.

Duas questões se levantam. Primeiro, alguém sabe de algum problema mecânico que resulte na libertação de fios (que parecem cabelo) pelo tubo de escape de um carro (percebo tanto de mecânica como de bruxas)? Segundo, porque é que sou tão burro que não usei a minha capacidade de tirar cabelos de tubos de escape para negociar quem cozinhava até Outubro? É que a cara dela perante os cabelos era em tudo semelhante à minha perante a (continuo a dizer, inexistente) aranha...

Agora tenho de ir porque, como sou burro, hoje volto a cozinhar.

sábado, 28 de agosto de 2010

Lost. But lost together...


Ponto um - Quem me conhece sabe que sou um cagarolas de primera.
Ponto dois - Isto de ter um blog não pode ser só para registar o trabalho e as palhaçadas. Tem que ser também para dar largas à basófia.

Dito isto, e embuído do espírito "Graças à aranha, até dia 7 és tu quem cozinha", hoje era eu a preparar o almoço. E posso dizer que caprichei...

Trabalhávamos os dois até às13h mas enquanto eu ia, literalmente, até ao virar da esquina a Vanessa ia até Bristol. Isto dava-me um gap de meia-hora para preparar o almoço. Limpei a cozinha, lavei a louça que ia usar, saquei um presunto para entrada, preparei uma grande salada com verduras, fruta e ameijoas, caprichei num arroz com cajú (onde a minha enorme modéstia só me permite dizer que sou muito forte) e grelhei um salmão. A acompanhar um bom vinho português (colheita Liverpool-Benfica 2010) e em fundo o "Lost" do Michael Buble. No fim, e como ela estava cansada, ainda me ofereci para lhe ir buscar a agenda a uma farmácia onde ela a tinha deixado ontem.

Acredito que, se ela não estivesse agora a dormir aqui ao meu lado, e tivéssemos passado a tarde nas compras, teria sido o marido ideal... perdão... o namorado ideal (que nestas coisas os papéis assinados têm uma importância enorme).

O vídeo oficial não se pode usar fora do You Tube, só se arranja este com a letra... Mas o som continua a ser aquela coisa.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Longos dias tem uma semana

'Cabou! Uma semana inteira de férias agora só em 2011...

Mas esta foi até à ultima gota. Numa semana apenas deu para encaixar reencontros com amigos dos quatro cantos do país, poker e PES, karaoke e futebol, Sol e praia, jantaradas e algum descanso. Deu ainda para provar que o Benfas só será campeão novamente se eu continuar do lado de cá! Seja...

Quanto ao Verão por estes lados vou percebendo que acabou: chove (e bem) todos os dias.

sábado, 14 de agosto de 2010

Tanana Buble

Uma vez que parto amanhã, para Portugal, por uma semana, penso que não escreverei tão depressa no blog. Como tal, e assinalando também a compra de bilhetes para o concerto do Michael Buble, em Birmingham, em Outubro, aqui fica um vídeo que deve entreter, no mínimo, uma semana.

O vídeo acaba por demonstrar que tenho obrigação de arranjar trabalho para todo os sábados, a fim de evitar que coisas destas se repitam... Enfim... Graças aos efeitos de câmara posso sempre tentar dizer que não era eu...

Volto ao blog daqui a uma semana. Se me virem por Coimbra, façam o favor de me pagar um copo. 

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A artista da Vanessa...

...fez o contrato da vida dela: a semana passada convenceu-me que tinha visto uma aranha cá em casa. Por sinal grande. Ora sabendo de antemão que eu não ía tratar disso mas que alguém tinha que resolver o caso, basicamente extorquiu-me.

Agora tenho de cozinhar todos os dias até 7 de Setembro. Em troca ela tratou da aranha. Mas a questão é que eu não vi cadáver e ela própria afirma que não sabe se a matou.

Conclusão, o medo de passar perto da dispensa mantém-se... e ainda cozinho todos os dias. Nem vale a pena comentar.

"Fazível"

Opá... So far, so good... Diziam que aquilo era o fim do mundo em cuecas, que o staff odiava seres humanos e comia criancinhas, que as pessoas andavam à porrada com o farmacêutico, que havia fila o dia todo para lá da porta de entrada...

Até agora não foi assim. É certo que passo algum tempo a corrigir erros da malta mais nova e a tentar ensinar-lhes o funcionamento do sistema. É certo que é a farmácia mais movimentada onde já estive e que não páro um minuto. Opá... tá bem... Mas também tenho uma equipa que tem alguma gente que trabalha muito e bem (coisa que antes não tinha), tenho double-cover (outro farmacêutico a trabalhar comigo) em dois ou três dos quatro dias que trabalho e tenho gente que sabe pouco mas está aberta a aprender. Nem tudo é mau.

Agora só temos de continuar a ensinar os mais novos, meter todo o utente e mais algum no serviço de receitas repetidas da Lloyds (atingem-se os números, diminui-se a quantidade de gente à espera, diminuem-se os tempos de espera, diminuem-se as reclamações, gere-se melhor os stocks e com isso matam-se uns 6 ou 7 "coelhos") e pôr aquela gente a perceber como se gere o stock. Se lhe juntarmos um ou outro MUR nos dias de double-cover, um ou outro pedido de desculpa a um utente mais descontente e mais uma ou outra coisita... está feito. E o melhor de tudo é que só trabalho quatro dias por semana (no fundo têm sido cinco, mas porque quero).

Perguntar se queriam discutir a minha possível ida para ali foi a melhor coisinha que podia ter feito... pelo menos até agora.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Os novos ciclos

A semana passada ficou marcada pela visita da família da Vanessa aos nossos aposentos. Como a casa. mesmo sendo boa, não distrai por sete dias, acabámos por ir também passar um fim de semana "de caminheiros" a Londres, por fazer algum turismo por Gloucester e por arranjar uma viagem relâmpago ao norte para ver Stratford e Liverpool. Esta última já sem a minha presença - ainda há quem tenha de trabalhar!

A sexta-feira passada marcou a minha despedida oficial da 584 (embora ainda tenha trabalhado lá no sábado, mas já só com duas miúdas que fazem os sábados), depois da terça ter marcado a data da comunicação à equipa da mudança que se ia verificar. Não ficaram muito satisfeitos mas eu expliquei-lhes que cumpri com o que lhes havia dito: até uma dada data não sairía por nada, a partir do momento que as coisas encarreiraram nunca prometi quanto tempo ficava e nunca lhes escondi que queria melhores condições. No geral, acho que sempre fui honesto com eles e sai a bem.

O dia de hoje marcou o início de novos ciclos quer para mim, quer para a Vanessa. Eu comecei na nova branch e deparei-me com tudo o que esperava. Muito trabalho, equipa com pouca gente, muitos erros por desprocupação de outros que a partir de hoje acabam em cima de mim, gente "maçarica" (quando eu tenho que explicar a alguém que trabalha numa farmácia que 1 grama tem 1000 miligramas... estamos conversados), serviços implementados que eles desconhecem e cujas falhas resultam em defraudar de expectativas dos utentes,... Mas cara alegre e peito aberto porque eu é que me voluntareei para isto e já sabia ao que ia. E além disso o horário é óptimo: com folga às quartas, só trabalho mais de dois dias seguidos quando me apetece fazer horas-extra.

Quanto à Vanessa... de rir... parece que trabalha na Jamaica! Farmaciazinha limpinha, trabalho a aparecer quase só de meia em meia hora, tempo para fazer tudo tranquilamente, pressão: zero, boas rates. À hora do almoço já me estava a ligar a perguntar porque é que não fez isto antes. Ainda bem! Oxalá lhe continuem a correr as coisas assim.

Vou dando notícias.