À hora de almoço, por cá, entre o empurrar de duas garfadas de comida e o ver das notícias de Portugal no telemóvel, falo sempre um bocadinho com a Vanessa. Hoje ligou-me toda aflita: tinha cabelo a sair do tubo de escape: "Ouve lá... mas tás doida... cabelo?" "Tou-te a dizer... é cabelo! Tens que lá ir tirar-me aquilo que eu tenho medo".
Às 19h30m quando cheguei a casa, lá fomos. Pelo caminho até ao carro, e depois de afastada a hipótese de ela ter atropelado alguém, só me falava em bruxarias, Freddy Krueger, Chupa-Cabra e o diabo a sete. Eu, que acredito tanto em bruxas como no Benfica campeão europeu 2011, cheguei, calcei uma luva, puxei o (que realmente tinha todo o ar de ser) cabelo e arrumei-o para uma sarjeta. Ainda fomos à net ver se mais alguém relatava algo parecido e de facto há relatos de gente a quem já aconteceu o mesmo.
Duas questões se levantam. Primeiro, alguém sabe de algum problema mecânico que resulte na libertação de fios (que parecem cabelo) pelo tubo de escape de um carro (percebo tanto de mecânica como de bruxas)? Segundo, porque é que sou tão burro que não usei a minha capacidade de tirar cabelos de tubos de escape para negociar quem cozinhava até Outubro? É que a cara dela perante os cabelos era em tudo semelhante à minha perante a (continuo a dizer, inexistente) aranha...
Agora tenho de ir porque, como sou burro, hoje volto a cozinhar.