sábado, 30 de janeiro de 2010

A facada



Hoje de manhã tinha uma mensagem no telemóvel: "Hi Andre. É o Andy do apartamento 30. Acerca do futebol de amanhã eu não vou poder ir. No próximo domingo posso contar contigo?". Matou-me!

Esta foi a semana que mais custou passar desde que aqui cheguei. Estava a ver que nunca mais era domingo e este gajo avisa-me de véspera que já não há bola. Porra! Isto é pior que dizerem a um puto que tem de esperar mais uma semana pelo Natal. Ele claramente não tem noção de que eu passei a semana toda a olhar para a bota e caneleira que comprei (só faltou mesmo dormir com o equipamento vestido)... E vem-me este gajo roer a corda a poucas horas do jogo...

Eu já estava em estágio, pá! Não se faz!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Novidades

Para um farmacêutico no UK, há diferentes hipóteses: pode-se trabalhar num hospital, na indústria, numa farmácia independente, numa grande companhia ou por conta própria (locum).

Há já algum tempo que andava a pensar na vida por cá... Gosto do que faço, ando motivado e, basicamente, a aventura está a preencher aquilo a que se popôs. Mas... dadas as oportunidades que há... comecei a pensar se não seria melhor trabalhar por conta própria...

Para não andar a trabalhar com recalcamentos na cabeça, a semana passada fui falar com o Area Manager (um gajo cinco estrelas) e fui honesto. Disse-lhe que gosto muito do que faço, que me sinto motivado mas que também me agrada a ideia de ganhar mais uns trocos. Disse-lhe que já me conhecem há uns meses e já tiveram a possibilidade de ficar com uma ideia sobre mim. No fundo, perguntei-lhe o que é que a Lloyds tem em mente para mim, já que se fosse só para andar a ir um dia aqui e um dia ali, não levasse a mal, mas preferia trabalhar por conta própria (tendo mais liberdade para escolher onde e quando trabalhar).

Mas não o queria fazer sem, pelo menos, dar a possibilidade à Lloyds de me apresentar algo diferente.

Ontem voltámos a falar e agradou-me o que me propôs. Perguntou-me se estaria interessado em fixar-me na farmácia onde tenho ido mais dias e tornar-me Pharmacy Manager, passando a comandar a equipa e a dar a cara pelos resultados da farmácia. Em princípio, vou aceitar porque além da melhoria contratual e da subida na hierarquia, há também o lado do desafio: passo a ter uma equipa para gerir, targets para atingir e (pelo que já pude ver) muito trabalhinho para fazer. E caso seja demais ou não goste, a porta da saída continua lá já que ficou combinado que o fim do contrato não seria estendido.

Vamos ver como funciona... Se correr bem até pode haver mais degraus para subir...

Esta continua a ser a aventura...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sunday League: finalmente arranjei bola!




Segunda-feira é "poker night". Hoje ganhei o torneio: £30. Mas teve mais valor o segundo lugar da semana passada do que este primeiro. É que os gajos arranjaram um programa de computador para gerir o torneio, mas puseram as blinds a subir muito rápido, o que fez com que ao fim de pouco mais de hora e meia as blinds estivessem tão altas (comparativamente às stacks de cada jogador) que começou tudo a fazer all-in. E aí, já se sabe, a sorte começa a valer mais do que a perícia.

Melhor que isso foi que, finalmente, depois de perguntar a cada nova pessoa que conhecia onde é que eu podia jogar uma futebolada, conheci um vizinho (no poker) que me disse que jogava ao domingo de manhã com uns amigos, numa espécie de liga. Perguntou-me se eu tinha jeito e eu disse lhe que dava uns toques. "Ok, pá! Então este domingo vais comigo. Depois se a malta achar que tens jeito pode ser que te deixemos ir mais vezes". "Tá bem, oh Zidane, então domingo lá estaremos!".

Quinta-feira estou de folga e já tenho destino para o dinheiro do poker: umas chuteiras (sim, porque se estiver à espera das que ganhei na Liga Redil...).

P.S. - Calma mãe que aquilo não me parece ser nada sério.

domingo, 24 de janeiro de 2010

O ram-ram habitual

Isto por aqui continua "pretty much the same". Não há grandes novidades, pelo menos para já... Quem sabe nas próximas semanas haja grandes novidades...

A única diferença é que, como a Vanessa perdeu a carteira e não tem carta de condução, agora tenho que ser sempre eu a conduzir. Ora, como na última 5ª e 6ª eu fui mandado para muito longe e numa direcção completamente diferente dela, tivémos que acordar, nesses dois dias, às 07h00m. De resto tudo normal: casa, trabalho, lavar louça, ginásio, lavar louça, ir ao supermercado, lavar louça, cozinhar... a rotina habitual.

O trabalho, esse, corre bem: ainda na 6ª tive uma situação que em Portugal seria surreal e que mostra bem uma das diferenças entre trabalhar aqui e em Portugal. A história mete umas partes um bocado técnicas mas vou tentar abreviar ao máximo.

Se bem me lembro, eram umas 16h00m e liga uma utente para a farmácia a querer falar com o farmacêutico. Supostamente o pai da senhora tinha 93 anos e havia-lhe sido perscrito cefaclor (um antibiótico: uma cefalosporina) e a senhora estava com medo de lho dar porque ele era alérgico a penicilinas. Eu disse-lhe que o cefaclor não era uma penicilina mas que ainda assim a literatura indica que cerca de 5% das pessoas alérgicas a penicilina podem desenvolver reacções alérgicas a cefalosporinas (eu disse que a história era chata... já chegamos à parte interessante) mas que na idade dele, pior ainda seria continuar com  uma infecção, que eu não tinha forma de saber o quão séria era. Aconselhei, pois, a senhora a ligar ao médico e a pedir-lhe que trocasse o antibiótico, explicando-lhe o que eu tinha dito.

Eram uma 16h30m liga o médico para a farmácia. Queria falar comigo e saber o que se passava com esta questão do cefaclor. Comecei-lhe a dizer o mesmo mas o telefone estava com problemas. O médico vira-se para mim e diz-me: "Olhe, eu não o ouço bem mas estou numa clínica mesmo ao lado da farmácia. Vou já aí."

16h35m, o médico entra-me na farmácia. Diz-me que o utente tem uma infecção xpto (já não me lembro do nome), gram-positiva e que precisa mesmo de uma cefalosporina. Ok - digo-lhe eu - se quer uma cefalosporina mas o utente é alérgico a penicilina, então segundo o BNF (Prontuário Inglês) evite o cefaclor e escolha a cefixima, cefuroxima ou ceftriaxone. Como precisa que seja para gram-positiva pode ser o ceftriaxone. Vira-se para mim e diz-me: "Vou passar a receita".

Quando é que em Portugal um médico discutia comigo fosse o que fosse? Quando é que em Portugal um médico mudava uma receita por causa de algo que discutisse comigo? Quando é que em Portugal um médico saía da clínica e vinha falar comigo porque o telefone não estava bom?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Descobri um pokerzinho novo...



...e muito melhor.

Primeiro porque é mesmo ao lado de casa: fica num pubzinho a duzentos metros do Double Reynolds, onde ontem passei e vi o anúncio.

Segundo porque neste tenho hipóteses de ganhar: é um torneio, uma vez por semana e o dinheiro das entradas é distribuido no fim da mesma noite. Não há cá pontos, nem classificações, nem esquemas para lixar o tuga que só vai  uma vez por semana.

E terceiro porque tenho mesmo muitas hipóteses de ganhar: como diria o meu primo Kid Poker é "passa  a massa". Aquilo é um grupo de amigos que se junta para beber umas bejecas e joga umas cartas. Mas que percebe pouco do assunto: calls à espera que apareça quem não prometeu vir; irem à frente e darem-me cartas de borla; grandes draws de cores e afins... enfim... um grupo de bons rapazes. Não é ring-game como eu gostaria, mas mesmo sendo torneio (e mesmo com a maior influencia da sorte que lhe está inerente) achei muito fácil.

Bottom-line: hoje éramos doze (com destaque para duas figuras: um que era o irmão gémeo do Dauto Faquirá e outro que parecia o puto do Indiana Jones e o Templo Perdido), fui cheap-leader praticamente desde o início e só no heads-up com uma senhora, levei duas bad-beats terriveis e acabei por ficar em segundo, para alegria do pub, em geral.

Não deu para enriquecer mas £20 e uma noite bem passada são sempre um saldo positivo! E às terças há lá quiz-night. Quero ver se convenço a Vanessa a ir lá. Mas não será fácil, se à mesma hora estiver dar o "Celebrity Big Brother"!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Nous sommes nouvement enrabu

Somos mesmo pau para toda a obra!

Hoje era preciso um farmacêutico para ir para trás do Sol posto, ali como quem vai para o fim do mundo. Uma farmácia no meio da serra, a quarenta minutos de Gloucester, através de estradas pequenas e caminhos de floresta carregadinhos de neve velhaca. Por mim até nem é problema: trabalho é trabalho e vou onde for preciso. O que me chateia é a forma como eu tenho quase a certeza que estas coisas são decididas.

Na minha cabeça isto foi assim: eu estava marcado para onde tenho ido nos últimos tempos. Nisto aparece a necessidade de ir para este tal desterro. Ora o que é que o Head Ofiice pensa? Simples: em vez de estarmos a pagar a peso de ouro, a um Locum, para ir a esta; mandamos para lá o "Vai-a-todas" que o gajo nunca se queixa e ganha os dois tostões de sempre e pedimos ao Locum para ir à dele (que custa menos).

Esquecem-se é que o "Vai-a-todas" não gosta de acordar às 07h00m, comer quase uma hora de estrada para lá, fazer as coisas direitinhas onde o mandam, mamar quase outra hora de estrada para cá, para amanhã apanhar a sua branch habitual virada de pantanas e ainda ter que andar a fazer o trabalho que outro não esteve para fazer em condições, hoje.

Assim vou brincar para todo o lado...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Muito muito intenso



Cinco, sete minutos... O lusco-fusco é isto: cinco, sete minutos... só que muito intensos! Que é mais ou menos como a nossa viagem a Portugal. Com a diferença de que dizer que os nossos cinco, sete minutos foram muito intensos é eufemismo. Resumidamente (ou como diz o outro, basicamente) aconteceram-nos quase todas as peripécias que podiam acontecer. Só não caiu o avião... e mesmo isso, à ida, não deve ter estado longe de acontecer. Mas vamos começar pelo princípio que o meu pai sempre me disse que era um local porreiro para começar.

Saímos de véspera para Londres para podermos fazer a viagem tranquila (dado o perigo da neve). Chegamos ao local onde o GPS dizia que havia um "Ibis"... chapéu. Estava lá o lugar mas o "Ibis" não apareceu. Conclusão: uma hora para encontrar um lugar barato.

No dia do voo, chego só com bagagem de mão, a bagagem de mão entrou lá no sítio onde eles vêem se ela pode passar ou não, mas como foi uma entrada 0,00001% forçada já não deixaram que fosse mala de mão. Conclusão: tive de de pagar 18 libras para a levar no porão.

Voo marcado para sair às 11h30m, atrasou, atrasou e atrasou. Saímos de Londres já passava das 16h00m. Conclusão: já íamos chegar a Coimbra de noite. E não vou falar do quanto o avião abanou ao levantar...

Chegamos ao Porto, a mala já vinha com um fecho a menos. Conclusão: "já estamos tão atrasados que nem vou reclamar."

Despachamo-nos para Campanhã para constatar que acabámos de perder o último Alfa ou Intercidades por 10 minutos. Conclusão: a última chance de ir para Coimbra é num Regional até Aveiro, mais uma espera de 50 minutos em Aveiro seguida de viagem de Sub-Urbano até Coimbra. No total: 2h40m do Porto a Coimbra-B e a felicidade de ter que parar em estações como Silreu, Mogofores, Oiã e Vilela, entre outras pérolas. Até os últimos duzentos metros foram feitos a dez à hora, devido a obras na linha, como que a impedir-nos de chegar. Pusémos finalmente o pé em Coimbra às 23h00m, depois de estarmos no aeroporto de gatwick às 09h00m. Porra! Dava para ir a Cancún passar o fim-de-semana e voltar...

À chegada aviso na estação "Dia 11 há greve da CP". Conclusão: hoje já não deu para voltar de comboio e teve o meu pai de nos ir levar.

No regresso e para rematar, a "melhor" de todas. Chegámos cedo ao aeroporto, fomos comprar umas revistas, andámos ali a encher um bocado de pneu, fomos comer, pagamos a comida... pagamos a comida? Só se a Vanessa não tivesse perdido o porta-moedas. A sorte é que não tinha lá quase nada de importante. Era só o bilhete de identidade, a carta de condução, o cartão de contribuinte, o cartão das finanças do UK, o cartão de utente, o cartão de saúde europeu e os multibancos de Portugal e do UK. Mas fora isso eram só ninharias... Conlusão: passámos o resto do tempo a fazer a participação à polícia e agora, uma vez que só lhe resta o passaporte e este acaba daqui a um mês, vamos passar o próximo mês a renovar todos estes  documentos, algo que só podemos fazer em Londres, no Consulado. Mas que também não sabemos ainda quando poderá ser feito pois as folgas das próximas semanas já foram hipotecadas.




Mas tirando estes detalhes, foi um fim-de-semana muito fixe. Foi óptimo voltar a ver caras familiares (aqui somos só eu e a Vanessa, a Vanessa e eu) e lugares conhecidos. Foi mesmo muito bom. Peço apenas desculpa aos amigos com que não tive oportunidade de estar mas prometo voltar, em princípio, em Maio, aí, sim, com bem mais tempo. Até lá, vão acompanhando o que o Tanana aqui vai escrevendo que eu vou continuando a dar novidades.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Chegamos no sábado



"So I'm going home,

Back to the place where I belong,

And where your love has always been enough for me.

I'm not running from.

No, I think you got me all wrong.

I don't regret this life I chose for me.

But these places and these faces are getting old

So I'm going home."

Es verdad! Se a neve não fechar a aeroporto de Gatwick, vamos a casa esta semana. Será tipo visita de médico. Chegamos sábado à tarde e regressamos 2ª de manhã. Aguardem que nós estamos a chegar... hopefully...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Great Brrrrrrrrrrrritain

Eu sei que sou chato com isto da neve. Mas nunca tinha estado num sítio assim, por isso todos os dias fico doido com o que os olhos vêem. É uma paisagem do caneco! O vídeo e a foto foram captados hoje de manhã e documentam como a coisa está por cá. Vejam a água onde estão os barcos, completamente congelada:




terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Branco mais branco

Hoje saímos para trabalhar com -4ºC e nevou a sério, por cá.

Há estradas bloqueadas, há escolas a fechar, há serviços a encerrar e eu não vou ao poker. Nas docas, a neve tem alguns cms de altura e a água está completamente congelada. A ver pelas notícias, a imagem é semelhante em todo o pais.

O grande problema é que temos viagem marcada para Portugal para sábado e as previsões para os próximos dias não são animadoras. Se a coisa se mantiver assim, não vai ser fácil fazer a viagem até Londres...

Até lá, no entanto, temos este cenário em todo o lado:

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O mundo ao contrário

Anda tudo doido: o Nuno Gomes ajudou a resolver e a Vanessa entrou para o ginásio...

sábado, 2 de janeiro de 2010

2010




E não é que até foi uma boa passagem de ano?
a
Fomos a uma discoteca aqui de Gloucester, chamada "Liquid" que nos pareceu ser a coisinha menos má que podíamos fazer e acabámos por passar um bom bocado. Aquilo tem duas pistas, passa música dançável/cantável e, mesmo sem ser nenhum Coco Bongo, deu para passar uma noite bem gira.
a

Uma noite quer dizer... Um bocado, vá. É que um de nós morreu cedo e eu acabei por também vir embora. Eram 2h30m já estávamos em casa. Foi da maneira que ainda joguei uns joguinhos de PES!
a
P.S. - O punhado de pixels que se apresenta em cima (e que algumas mentes mais imaginativas podem confundir com um vídeo) foi o que se arranjou da dita noite, graças a um mísero telemóvel de 30 libras. Há que agradecer o facto à jovem Vanessa que tem uma máquina fotográfica XPTO mas que de tão XPTO ser passa o tempo todo dentro da caixa, em casa, que é para não se estragar.